terça-feira, 22 de junho de 2010

Reflexões - Reencontro

Sentada olhando o mar perdi-me em pensamentos, em sensações. Ali, tudo parou: meu passado, meus problemas, minhas contas, minha pressa...

Ali, sentada, sentindo o cheiro de "pepino do mar", a brisa fresca trazendo a areia, suavizando o calor dos raios do sol em meu corpo. Eu e aquele tudo, tão grande e infinito; eu e aquele nada, de ser somente esse infinito.

Num instante lembrei de minha existência e a vi em algum lugar, quem sabe suspensa aguardando o meu retorno.

Onde a deixei? Nas cabeças de todos que um dia souberam de vultos de mim? No espaço do meu mundo, dentro dos meus endereços? Num sonho que tive e pensei ser real? No coração do universo sob a régide do Criador?

Era estranho pensar que eu saira da minha existência. Ali, sentada, não havia mais nada a fazer, apenas viver. Como o céu, como o mar, como as pedras, a areia, deixando que o ritmo da vida embale a sua melodia.

Vi homens, mulheres e crianças com vestes simples, pés no chão e em seus rostos as marcas de um outro mundo. Parecem viver com o que eu não vivo e morrer pelo que não morro. Senti-me ter entrado em alguma dimensão desconhecida e já não sabia se iria retornar para minha velha conhecida existência. Uma sensação de prazer e de alegria saiu de minha alma, havia lembrado da minha liberdade de ir e vir, de ser e não ser e ser qualquer coisa!

Quem sabe o mundo também não tenha parado, ou quem sabe prosseguido sem se dar conta de mim?

Eu estava ali, e isso simplesmente, era o que importava.

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