segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Alegria por onde andas?

Tenho procurado pela Alegria. Ouço tanto falarem sobre estresse, depressão, violência. Quando olho os rostos caminhantes pelas ruas não sei bem o que vejo, parecem seres autômatos daqueles saídos dos filmes de ficção, tão estranhos mas reais. Resolvi proceder a busca em meu próprio cotidiano e a primeira coisa que encontrei foi um aperto no meu peito, uma agitação sem eira nem beira, não sei bem quando começou nem o motivo de sua existência. Reconheço que eu também tenho andado "estranha, autômata". Onde será que ficou a alegria? Sempre foi tão simples ser alegre. Como diz a música: É melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe...
Estou me desafiando a lembrar da alegria, olho para os objetos e pergunto: ele me traz alegria? Olho para as pessoas, para os lugares, para o que faço e começo a rir de mim mesma. E não é que começo a resgatar essa sensação! Lembrei do dia em que ganhei aquela caneca e fiquei feliz. Lembrei de como eu gosto de estar com meus amigos, de ir a cafeteria e ficar batendo papo sentindo aquele cheirinho gostoso do café. Quantas coisas simples compreendem alegria que sinto! O mais incrível é que elas já fazem parte da minha vida, simplesmente estão impregnadas do meu sorriso.
Na consciência de viver numa época onde o marketing do sofrimento vem reinando, ser alegre passa a ser um senhor desafio.
Necessito também responder a pergunta: Posso me sentir alegre apesar de tantas dores no ar?
Vou aprendendo a acolher a dor e deixá-la passar, e assim, escolho a alegria, pelo contagio do sorriso e das boas gargalhadas (você lembra delas?)

2 comentários:

  1. Querida Regina! Gostei imensamente do seu blog e vou segui-lo!
    Concordo com você sobre a alegria. E cito Lennon que já afirmava ser a alegria uma 'arma quente'. Hoje não vivemos mais na 'guerra fria' , como na época em que ele forjou a frase. Mas , sim , em tempos de 'terrorismo frio', onde somos diariamente bombardeados com 'estímulos & frustrações', num ritmo tão veloz que lembram realmente processos de tortura psicológica; tão subliminar que acaba nos contaminando com desânimo no mínimo e, depressão no máximo.
    Lembro aqui outro compositor genial, o Caetano, na música Podres Poderes quando ele diz: "Quero juntar o meu cantar vagabundo/ àqueles que velam pela alegria do mundo/ Tins e Bens e tais'. Quando ouvi isso pela primeira vez, decidi , eu também , ser essa pessoa que 'vela pela alegria do mundo'. Um 'herói da resistência, subversivamente desfraldando a alegria como uma bandeira escancarada e colorida contra o vento. E percebi que, quanto mais eu prestava atenção nas pequenas/grandes alegrias, mais elas se multiplicavam e, num processo meio virótico, iam contaminando os que me cercavam.
    Arma poderosa essa tal de alegria...

    http://www.youtube.com/watch?v=fllDB3FK7pI

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Ana Cristina Nadruz, adorei seu comentário do quão poderosa arma é a alegria. Ainda somos filhos e quem sabe pais de uma cultura do sofrimento, da opressão, dos automatismos. Tudo isso prossegue pairando em nossas mentes, em nossos corpos desencadeando tantos processos de adoecimento nos diferentes níveis pessoais e planetários, como uma hipnose coletiva. Ao mesmo tempo em que, bravamente, sobrevivemos até aqui numa revolução silenciosa, onde o mais íntimo de nós, persiste - somos resilientes, força propulsora de vida que insiste em se realizar. Alguns grandes homens do conhecimento psi e filosófico já disseram " Os seres humanos tendem ao crescimento e ao bem estar..." É natural que a vida floresça. Penso que estamos começando a reaprender o que de mais essencial há e que vale a pena ser vivido. Hoje até o "sorriso" está sendo tremendamente estudado pela ciência. As emoções e o espírito estão em voga. Enquanto isso, me deixando contagiar e contagiando pelas pequenas e grandes alegrias me proponho VIVER, sem medo de ser feliz.
      há ± um minuto · Editado · Curtir

      Excluir